O Brasil possui mais de 45 milhões de habitantes com algum tipo de deficiência, o equivalente a cerca de 25% da população. Apesar disso, apenas 1% das vagas de empregos formais no país são ocupadas por pessoas com deficiência, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Pessoas com deficiência encontram inúmeras dificuldades ao procurarem uma vaga de emprego. Um dos principais empecilhos é, justamente, o preconceito e a ignorância do contratante”, comenta Carine Roos, CEO e fundadora da consultoria Newa, especializada na capacitação de líderes e colaboradores para promoção da diversidade, inclusão e inovação nas organizações.
Atualmente, menos de 10% dos profissionais que têm algum tipo de deficiência ocupam postos de liderança nas empresas, segundo pesquisa realizada em 2019 pela consultoria Santo Caos, em parceria com o portal de vagas de emprego Catho. “A inclusão tem a ver com proporcionar um ambiente com oportunidades iguais para todos. Não é possível criar inclusão nas organizações sem a participação dessas pessoas”, afirma Roos.
Apesar de avanços já conquistados, ainda não estão preenchidos os 47% das vagas que, por lei, deveriam ser destinados a esses profissionais nas companhias. Hoje, a legislação reserva, a esse público, de 2% a 5% das vagas nas corporações com mais de 100 funcionários.
Para que a atual realidade seja transformada, a CEO da Newa comenta alguns pontos de atenção: “Precisamos tratar o tema de forma estratégica, a fim de promover ações que, de fato, tenham uma inclusão produtiva dessas pessoas. Nenhuma organização se torna diversa e inclusiva do dia para a noite. É necessário intencionalidade, engajamento, capacitações e sensibilizações de líderes e times, para que se construa um ambiente saudável para todos”.